O texto abaixo foi baseado em um artigo de Emmanuel Bigand, professor de psicologia cognitiva, diretor do Laboratório de Estudos de Aprendizagem e do Desenvolvimento, da Universidade de Bourgogne, em Dijon, França.
Estudos já comprovam que aprender a tocar um instrumento reorganiza diversas regiões cerebrais (as áreas motoras, corpo caloso e cerebelo), incluindo aquelas diretamente envolvidas na percepção musical, demonstrando adaptações anatômicas exclusivas aos músicos treinados. Além disso, o cérebro do músico também sofre ativações mais fortes no hemisfério esquerdo (o da linguagem). As aparências parecem ainda mais significativas em pessoas que começaram a estudar a musica na infância.
Esses trabalhos notáveis esclarecem nossa compreensão sobre a plasticidade cerebral, pois demonstram que o cérebro se reorganiza em conseqüência de um aprendizado intensivo. Contribuem também para compreendermos melhor os aspectos benéficos do exercício musical em outras competências cognitivas (a memória, a resolução de tarefas espaciais).
Todavia, devemos evitar o desejo de associar a qualquer preço as diferenças anatômicas à diferença de aptidão musical, para não correr o risco de ocultar o essencial do que a música pode revelar sobre o funcionamento do cérebro humano.
A audição musical do "Não Músico"
A idéia de que um cérebro “não-músico” possa ser expert no processamento das estruturas musicais surpreende. Trata-se, no entanto, de uma conclusão apoiada em numerosos estudos feitos sobre a aprendizagem implícita, isto é, aquela de que não temos consciência (contrariamente à explícita, consciente).
Essas pesquisas demonstraram a extraordinária capacidade do cérebro de interiorizar as estruturas complexas do ambiente, mesmo quando só estamos expostos a elas de maneira passiva. Tal aprendizado implícito e inconsciente é fundamental para adaptação e sobrevivência da espécie. Além disso, é observado em todos os domínios e foi adquirido desde cedo no curso da evolução.
Os recém-nascidos passam por aprendizados de grande complexidade, tanto para a linguagem quanto para a música: quando bebês de alguns meses ouvem uma melodia, eles manifestam forte reação de surpresa no momento em que uma nota é substituída por uma outra que infrinja as regras musicais. Os bebês denunciam a própria surpresa sugando o seio mais rápido ou virando a cabeça para o lado de onde vem o som.
Esses trabalhos notáveis esclarecem nossa compreensão sobre a plasticidade cerebral, pois demonstram que o cérebro se reorganiza em conseqüência de um aprendizado intensivo. Contribuem também para compreendermos melhor os aspectos benéficos do exercício musical em outras competências cognitivas (a memória, a resolução de tarefas espaciais).
Todavia, devemos evitar o desejo de associar a qualquer preço as diferenças anatômicas à diferença de aptidão musical, para não correr o risco de ocultar o essencial do que a música pode revelar sobre o funcionamento do cérebro humano.
A audição musical do "Não Músico"
Segundo Emmanuel Bigand as complexas redes neuronais postas em jogo nas atividades musicais se desenvolvem mesmo na ausência de um aprendizado intensivo. Em outras palavras, a simples escuta (e não a prática) basta para tornar o cérebro “músico”.
A idéia de que um cérebro “não-músico” possa ser expert no processamento das estruturas musicais surpreende. Trata-se, no entanto, de uma conclusão apoiada em numerosos estudos feitos sobre a aprendizagem implícita, isto é, aquela de que não temos consciência (contrariamente à explícita, consciente).
Essas pesquisas demonstraram a extraordinária capacidade do cérebro de interiorizar as estruturas complexas do ambiente, mesmo quando só estamos expostos a elas de maneira passiva. Tal aprendizado implícito e inconsciente é fundamental para adaptação e sobrevivência da espécie. Além disso, é observado em todos os domínios e foi adquirido desde cedo no curso da evolução.
Os recém-nascidos passam por aprendizados de grande complexidade, tanto para a linguagem quanto para a música: quando bebês de alguns meses ouvem uma melodia, eles manifestam forte reação de surpresa no momento em que uma nota é substituída por uma outra que infrinja as regras musicais. Os bebês denunciam a própria surpresa sugando o seio mais rápido ou virando a cabeça para o lado de onde vem o som.
Deduzimos que os circuitos neuronais envolvidos nas atividades musicais se organizam bem antes e independentemente de qualquer aprendizagem explicita da música.
Portanto, indivíduos que não tiveram um estudo musical, podem sim serem tão musicais como um músico profissional. A simples audição desperta e aguça a musicalidade e a percepção, e isso, conforme comprovam os estudos, está presente desde bebês.
Entretanto, audições pobres e limitadas logo são absorvidas e deixam de despertar uma maior amplitude das redes neurais. Então, quanto maior o repertório oferecido aos nossos ouvidos, tanto melhor.
Por isso, vamos escutar música!
Para saber mais sobre Música e Cérebro leia:
Adorei receber informações atualizadas como também os comentários referentes aos asuntos postados.
ResponderExcluirEspero estar sempre informada sobre todos os acontecimentos.
A minha área é Musicoterapia mas não estou atuando no momento,pretendo retomar as atividades profissonais no ano que vem.
Att.
Irena
Irena
ResponderExcluirSeja sempre bem vinda!Para receber as atualizações é só fazer parte dos seguidores, assim você receberá informativos periodicamente.
Abçs, Flávia
Olá Flávia!
ResponderExcluirPassei pelo seu blog e me apaixonei. Esta será apenas uma vez entre muitas visitas que farei a ele. Os conteúdos são muito interessantes, cheio de conhecimentos relacionados a música, educação musical e saúde. Parabéns pelo seu lindo trabalho!!!
Abraços
Roseli
Roseli
ResponderExcluirObrigada e seja sempre bem vinda!
Abraço!
Flávia
Olá Flávia,
ResponderExcluirLi seu artigo "O cérebro do músico" e achei muito interessante, gostaria de parabenizá-la por seu trabalho.
Estou realizando um trabalho sobre neurociência e achei a ilustração contida no seu artigo bastante interessante (figura que mostra os hemisférios cerebrais e depois de um corte mediano é possível observar estruturas como o corpo caloso), e gostaria de utilizá-la em meu trabalho, será que você poderia me fornecer a fonte de onde foi retirada?
Muito obrigada,
Andrea Mendes
(andrea_professora@yahoo.com.br)
Andréia
ResponderExcluirObrigada! A figura está na dissertação: - Atenção Visual Em Músicos E Não Músicos: um estudo comparativo - , citada nas referências. Estou mandando para seu email.
Abraços e seja sempre bem vinda!
Flávia