quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Filme - Shine Brilhante




“A vida é criativa porque se organiza e regula a si mesma e está continuamente originando novidades” (Edmund Sinnott).

Podemos dizer que a criatividade regula e é capaz de organizar pensamentos e ações. O ser criativo consegue em meio a problemáticas encontrar novos caminhos, transpondo barreiras e encontrando soluções criativas. 

Em Shine - Brilhante, filme dirigido por Scott Hicks (Austrália, 1996), vemos a história real de David Helfgott, um indivíduo dotado de um talento excepcional.

David e seu pai
Instruído pelo pai, David torna-se desde muito jovem, um pianista virtuose com uma carreira muito promissora. Participa de concursos, executando peças difíceis para sua faixa etária. 

David e suas irmãs, apesar de gostarem de música e do piano, desejam brincar, ter amigos, se relacionar com outras pessoas, porém a presença opressora da figura paterna é constante. Sua mãe é omissa e submissa as vontades do marido, assim, todos os desejos de David são sufocados pelas vontades e desejos do pai. 

Freud já dizia que o artista encontrava na arte um meio de exprimir seus conflitos interiores que de outra maneira se manifestariam como neuroses. 

Não é assim com David, a opressão vivida impede que qualquer processo criativo se desenvolva em sua vida, sua arte não era capaz de transpor as vontades de seu pai, na verdade sua arte não lhe pertencia, o pai projetava no filho suas frustrações.

Por volta dos vinte anos, David apresenta seu primeiro colapso mental, ocorrido durante a apresentação do Concerto nº 3 de Sergei Rachmaninoff, é diagnosticado com Esquizofrenia Desorganizada (ou hebefrênica) e passa os próximos 10 anos internado numa clínica psiquiátrica.

Entendendo a esquizofrenia
A esquizofrenia é um dos principais transtornos mentais e acomete 1% da população em idade jovem, entre os 15 e os 35 anos de idade. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é a terceira causa de perda da qualidade de vida entre os 15 e 44 anos, considerando-se todas as doenças. Apesar do impacto social, a esquizofrenia ainda é uma doença pouco conhecida pela sociedade, sempre cercada de muitos tabus e preconceitos.
  
No filme, Geoffrey Rush interpretou de maneira brilhante, reproduzindo os trejeitos, os risos,  a ecolalia, a fala infantilizada e rápida, características do tipo de esquizofrenia do seu personagem. Também foi  Geoffrey que tocou o piano no filme, conquistando merecidamente o Oscar de melhor ator.

Além do Oscar conquistado por Geoffrey, veja as principais indicações e premiações:


Oscar 1997 (EUA)
Venceu na categoria de Melhor Ator (Geoffrey Rush).
Indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator Coadjuvante (Armin Mueller-Stahl), Melhor Edição, Melhor Trilha Sonora - Drama e Melhor Roteiro Original.

Globo de Ouro 1997 (EUA)
 Venceu na categoria de Melhor Ator - Drama (Geoffrey Rush).
 Indicado nas categorias de Melhor Filme - Drama, Melhor Diretor, Melhor Roteiro e Melhor Trilha Sonora.

BAFTA 1997 (Reino Unido)
 Venceu nas categorias de Melhor Ator (Geoffrey Rush) e Melhor Som.
 Indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz Coadjuvante (Lynn Redgrave), Melhor Ator Coadjuvante (John Gielgud), Melhor Edição, Melhor Trilha Sonora e Melhor Roteiro Original.

Festival Internacional de Toronto 1996 (Canadá)
Recebeu os prêmios Metro Media e People's Choice.

Fantasporto 1997 (Portugal)
  Venceu na categoria de Melhor Diretor.

Festival Internacional de Roterdã 1997 (Holanda)
  Recebeu o Prêmio da Audiência.



Assista um pequeno trecho do filme:



 Hoje, Helfgott vive no seu mundo, sempre nervoso, fala sem parar e a grande velocidade, apresenta um diálogo pouco coerente, repetindo palavras ou frases.

Durante um concerto, fala, canta ou emite sons estranhos. Mas parece tocar com a alma. Ao terminar uma obra, mostra a sua alegria com gestos de menino que conquistam a simpatia do público.

Assista o verdadeiro David Helfgott tocando:




Filme Recomendadíssimo!




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