sexta-feira, 25 de março de 2011

A Música em Musicoterapia




A concepção de música em musicoterapia aparece muitas vezes distorcida e estereotipada, confundida com processos educacionais, lúdicos e recreativos.

 Apesar de a música ser usada com objetivos terapêuticos por diversos profissionais, como psicólogos, pedagogos, terapeutas ocupacionais e etc., a musicoterapia é algo bem mais amplo e complexo. Seu ponto de partida é o som e/ou a música, necessitando portanto, de um setting específico - o Setting Musicoterápico, do qual faz parte o musicoterapeuta com formação específica na área. Este, para interagir com o paciente, utiliza de instrumental (teórico e prático) apropriado.

A música possui suas teorias que não são as mesmas da Musicoterapia: Música e Musicoterapia pertencem a domínios diferentes que se cruzam e interconectam. 

Alguns instrumentos usados no setting
No setting musicoterapêutico, a música encontra-se em território aberto e flexível, entre a significação e o sentido. Encontrar sempre uma significação para a música nem sempre é possível. Partindo da significação chegamos na linguagem e seus signos de comunicação. Ora, se nem sempre há uma significação não poderíamos conceber a música sempre como uma linguagem, já que ela não se encontra presa a um regime significante de signos. 


Devido às características de flexibilidade, de instabilidade e falibilidade; nem sempre significando ou comunicando, podendo ou não agregar sentidos, despertando ou não emoções, de que forma a música é utilizada como terapia?

Pode-se, em primeiro lugar, ressaltar a importância da música enquanto meio de transpor as possíveis barreiras construídas pelo consciente e pela linguagem verbal. A "máquina" musical, através de suas dinâmicas, pode vir a funcionar como facilitadora, possibilitando a criação de diversas dinâmicas através das forças existentes dentro da música, criando relações entre “música-tempo, música-movimento, música-intensidade, música-força, música-estados diferenciados, música-afeto, música-vida”.

 Isto se constitui num fator essencial  para a prática musicoterapêutica no que tange a construção e desconstrução de espaços e relações dentro do setting, possibilitando a compreensão, expansão e qualidade das relações.


Referência

SÁ, Leomara Craveiro. A teia do tempo e o autista – Música e Musicoterapia. “Traçando uma escapada”, Goiânia: Universidade Federal de Goiás, 2003.

Um comentário:

  1. Oi tudo bem? Eu sou a Sandra e sou professora de Música em Portugal, dou aulas a meninos e meninas dos 5 aos 10 anos. Gosto de diversificar as minhas aulas, em portugal não temos muita informação sobre a utilização da musicoterapia em sala de aula. Será que me pode facultar algumas dicas para eu fazer na minha aula???
    Muito obrigada e boa continuação para o seu site que é bastante interessante.

    Sandra Rocha

    ResponderExcluir

Seu comentário é muito importante, todos que são publicados são respondidos, mas antes de escrever, leia as normas do blog:

Você pode: Opinar, elogiar, criticar, sugerir, debater e discordar.
Mas NÃO PODE ofender, insultar, difamar, divulgar spam, fazer racismo, ou qualquer tipo de conteúdo ilegal, além de usar palavras de baixo calão.

Obrigada por sua participação, fico na expectativa de seu retorno!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...