quarta-feira, 2 de março de 2011

Idoso e o Carnaval - Tempo de relembrar as antigas canções




É tempo de carnaval, e nesse período, as antigas canções, especialmente as Marchinhas de Carnaval, ressurgem e são cantadas nas festas, bailes e matinês por pessoas de todas as idades. Mas são aqueles que vivenciaram a época das marchinhas, os idosos, que as cantam com um significado especial. Seja cantando ou apenas ouvindo, eles não apenas se divertem, mas relembram a juventude e o vigor de um tempo que não volta mais.


A natureza dinâmica da Música

A música possui a capacidade de transcender o tempo, ultrapassa décadas e séculos, assim como as diferentes culturas e gerações inteiras. Onde quer que aja um povo, uma cultura, a música está presente,  nos rituais de passagem desde os de fecundidade e nascimento, aos rituais de cura e morte (Wisnik, 1989).

Nunca houve nem haverá um povo sem música. Refletir sobre o que é e o que significa a música, sua influência no ser humano é fato antigo, ao mesmo tempo atual e necessário para quem decide trabalhar nessa área.

No processo de envelhecimento, a música oferece sentido aos momentos e às épocas, promovendo a reflexão dos sentimentos  e sonorizando as realidades.

A musicoterapia na terceira idade, estimula, através do prazer de cantar, tocar um instrumento musical, improvisar, criar e recriar, o redescobrir das canções que fizeram parte dessa  longa jornada chamada vida.

Relembrar o passado, porém, não deve significar apenas vivenciar sentimentos de saudosismo e pesar. Embora muitos idosos apresentem uma fala melancólica, o musicoterapeuta utiliza-se da música em seu aspecto dinâmico. A música não é estática e presa a uma determinada época, antes, ela apresenta em sua natureza, a capacidade de movimento e renovação.

Assista um vídeo do Trio Irakitan  cantando "Touradas em Madri", Marchinha de 1938 (participação de Grande Otelo):



Não há como modificar o tempo, nem modificar o passado. Pode-se, porém, reorganizar o presente, fazer com que acontecimentos vividos sejam ressignificados e, assim, impulsionar ações futuras.
Da mesma maneira, não há como voltar no tempo e vivenciar uma situação novamente. Na música, como na vida, sempre existe a possibilidade da repetição, da releitura, de um novo arranjo. (NOGUEIRA E FLORENCIO, 2010)


Baixe aqui dezenas de Marchinhas de Carnaval.



Referências: 

NOGUEIRA, Flávia B. e FLORENCIO, Roberta S. B. Morte e Espiritualidade na Velhice. Anais do X Encontro Nacional de Pesquisa em Musicoterapia. Salvador, 2010. 


SOUZA, Márcia Godinho. Musicoterapia e a clínica do envelhecimento. In: Freitas V, et al. Tratado de geriatria e gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. 


WISNIK, José Miguel. O Som e o Sentido. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. 

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