O
uso da música nos hospitais foi documentada pela primeira vez após a Segunda
Guerra Mundial e, em 1950, profissionais britânicos de diversas áreas formaram
uma organização denominada Sociedade de Musicoterapia e Música Corretiva, entre
eles
Juliette Alvin. Esta entidade se tornou a Sociedade Britânica de Musicoterapia em 1967
e levou ao primeiro curso de formação - dirigido por Juliette Alvin. Em 1971, Alvin ensinou na Escola de Música e Drama Gildholla (Guildhall School of Music and Drama) em Londres.
Com atuação no Reino Unido, a violoncelista Juliette Alvin
desenvolveu um trabalho pioneiro especialmente com crianças que apresentavam
dificuldades de aprendizagem e pessoas com transtornos psiquiátricos. Juliette
teve também uma importante participação na formação de musicoterapeutas, fundando
bases sólidas para a profissão no Reino Unido, sendo que sua influência sobre a
atual geração de professores e musicoterapeutas britânicos continua forte.
O Modelo Alvin - Terapia de Livre Improvisação
Desenvolvido por Juliette Alvin, nesse modelo a música é
utilizada como força para revelar aspectos do inconsciente. Alvin acreditava
que “música é uma criação do homem, portanto, o homem pode ver a si próprio na
música que ele cria”. Na terapia de livre improvisação, clientes e terapeutas podem
improvisar sem regras musicais e a música pode ser uma expressão do caráter e personalidade
do indivíduo. Dentro desse contexto, ocorrem naturalmente descargas terapêuticas.
Do ponto de vista teórico e psicoterapêutico, a autora
trabalhou com o conceito de “igualdade na relação” onde o terapeuta e o cliente
dividem experiências musicais no mesmo nível, e tem igual controle sobre a
situação musical. Autistas e crianças excepcionais respondem bem dentro dessa
abordagem, uma vez que ela oferece uma significativa e sensível organização
musical.
Alvin enfatizou a importância dos musicoterapeutas
compreenderem a fisiologia humana e a forma como o corpo reage à música e ao som
para se inteirarem plenamente das formas de aplicação da musicoterapia.
Autismo e Musicoterapia
Em 1974, ela trabalhou em um centro para ajudar crianças com autismo de Chinnor em Oxfordshire (Chinnor Unidade de Recursos para crianças autistas).
Ela é a autora de diversos livros, entre eles - A musicoterapia para crianças com autismo. O livro foi publicado pela primeira vez em 1978. Foi o primeiro livro sobre os efeitos da musicoterapia no desenvolvimento de uma criança com autismo, e ainda é uma das diretrizes básicas nesta área.
Outros livros:
Influências no Japão
Juliette visitou o Japão duas vezes, uma em 1967 e outra em 1969. Apesar da brevidade de suas estadias, exerceu forte influência para a introdução da profissão no país. Associações profissionais foram lançadas, catalisadas por sua visita. Alvin lançou as primeiras manifestações clínicas e inspirou os pioneiros da musicoterapia japonesa, não só para explorar uma filosofia própria, mas uma visão abrangente da direção futura da musicoterapia japonesa. Um jovem músico, que trabalhou como assistente em sessões de Alvin adotou sua abordagem e se tornou um ícone na musicoterapia japonesa.
Juliette Alvin morreu aos 85 anos.
Referências:
FOWLER, Viviane Rose. A Musicoterapia e suas Interações com os Ritmos Biológicos. São Paulo: FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS, 2008
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